domingo, 23 de agosto de 2015

FORMAÇÃO COM O PROFESSOR JOVINO

Data: 24 de agosto de 2015
Período Vespertino
O professor Jovino apresentou o livro "Aperte aqui" de Herve Tullet. Interagimos com o formador. Foi um momento que nos colocamos na situação de alunos e nos encantamos.
Dinâmica
Em dupla, observamos as características de um colega. Depois nos espalhamos e de olhos fechados tentamos localizar nosso colega de dupla pelo tato, pelo cheiro.
Qual é a relação dessa dinâmica com a alfabetização? A diversidade.

Deleite: O cego e o elefante
A mensagem remeteu às disciplinas escolares, conteúdos desconectados, à necessidade de entendermos o todo.

Diário de Bordo
Ficou estabelecido que as seguintes cursistas serão responsáveis pelos registros das atividades no caderno destacado para isso: Ana Lúcia, Morgana, Claudete, Sandra e Bárbara.

Roda de conversa

"Os dois maiores presentes que podemos dar aos filhos são raízes e asas." 
(Hodding Carter).

O formador Jovino se apresentou. sua formação é na área de matemática, contou que sua experiências com anos iniciais baseia-se no acompanhamentos dos filhos na escola. O filho foi alfabetizado com o recurso da revista Placar pela qual se interessava por tratar de futebol.
Relatou que um de seus desafios foi aprender a escrever com letras "não grudadas" quando foi substituir uma professora.
Uma participante contou que o filho mais velho adorava dinossauros e leituras sobre o tema o tornaram um grande leitor. O filho mais novo sentiu-se inspirado pelo irmão e está lendo obras como "Viagem ao centro da Terra" e quer a coleção "O Diário de um banana".
Outra professora contou que a filha não queria ler, por isso a levou a um sebo onde descobriu revistas de piadas. Isso a motivou a aprender.

Durante as apresentações vários comentários, questionamentos e reflexões foram compartilhados:
- Momentos sistematizados: como fazer e de que forma?
- A leitura está sendo incentivada nas escolas? Não pelas famílias. O exemplo tem ensinado. Temos que ler para os alunos.
- Há formadores que não são das áreas de língua portuguesa, matemática ou que não tem a prática da alfabetização. No entanto, já tem em si a prática do letramento quando em sala de aula aproveitam os momentos, os contextos sociais, para dar sentido ao seu trabalho.
- Quem diz que não sabe ler, é porque ainda não descobriu uma literatura que lhe dê prazer. É preciso despertar dando exemplo: um livro sobre a mesa provoca o aluno a querer saber o seu conteúdo se instigado pelo adulto.
- Criança tem radar para a hipocrisia.
- Escola tem preconceito com a leitura, prioriza a escrita sempre.
- Há projetos em que as crianças contam histórias que leram com os pais.
- O desafio é grande, mas o retorno é maravilhoso. Para isso não se pode dispensar a "bagunça pedagógica", levar para a sala de aula materiais concretos, sucatas, todos os recursos visuais que possam auxiliar.
- Há professores que não gostam de ler, que não querem saber de teorias. É preciso uma mudança da postura profissional para que a prática seja ancorada com fundamentação. Professores estão acumulando conhecimentos, mas sente-se a falta de aprofundamento. Conquistar professores leitores é o desafio de alguns municípios.
- Qual é o melhor conteúdo? É o que promove o pensamento reflexivo.
- Há resistências de alfabetizadoras. O curso ajuda, mas algumas não querem a mudança.
- Há escolas em que se dizia que a pré-escola não podia alfabetizar e mesmo assim, crianças saim lendo. A Educação Infantil não sistematiza, mas promove a alfabetização.
- A demora do PNAIC fará com que os estudos sejam atropelados. No final do ano é mais cansativo.
- Experiências de leitura com livros que não tem nada escrito foram interessantes. A capacidade de criar verbalmente, de fantasiar, foi aspecto importante.
- Uma professora assumiu uma turma com 29 alunos, onde apenas 10 liam. Isso causou nela uma grande angústia. Fez um trabalho de reforço escolar e hoje 10 leem fluentemente, mas os demais estão no processo que deveriam ter iniciado ainda no 1º Ano. Os alunos deveriam estar consolidando, mas ainda estão introduzindo.
- Há problemas com gestões políticas e não técnicas.
- O construtivismo foi mal interpretado. As hipóteses de escrita e os níveis das crianças ajudaram no ensino e ainda dão suporte para que as estudou. Há muitos anos, uma professora já partia da leitura de um livro para alfabetizar.
-Percebe-se a presença das falas de Emília Ferreiro nos cadernos do PNAIC.
- O Ensino Médio está precisando de um norte, de uma formação como o PNAIC. Foi dito que já existe uma linha semelhante.
- As professoras que são comprometidas fazem a diferença, mas há uma parte que não tem interesse.
- A gestão faz a diferença. Escola em que a equipe diretiva conduz acompanha, que aproveita o Conselho Escolar e cobra dos pais, o processo acontece.
- Temos que mudar o discurso: "A alfabetização inicia aos 6 anos e não temos que alfabetizar até os 8 anos". Isso gerou uma transferência de responsabilidades.
- Percebe-se claramente que as crianças estão chegando à escola com falta de limites e que a própria escola está produzindo isso.
- A Educação Infantil mostra sua fragilidade quando faz muitas brincadeiras sem intencionalidades.
- As crianças escrevem mais, leem mais e são mais felizes.
- Percebeu-se numa sala de uma professora que aplica o que aprende no PNAIC, os alunos tem uma leitura ótima, são mais críticos, produzem muito, tem prazer de ler e escrever.
- Há diferenças no trabalho desenvolvido pelas alfabetizadoras que cursam o PNAIC em relação as demais.
- Alguns municípios oferecem como formação apenas o PNAIC.
- Há uma preocupação na escolha do Livro Didático em saber se segue as orientações do PNAIC.
- O PNAIC abriu a visão para a Língua Portuguesa e Matemática.
- O PNAIC abriu a mente das alfabetizadoras, mostrou que há outras possibilidades.

A coordenadora Vânia Luz compareceu ao encontro e conversou com o grupo.
Falou sobre a luta para a continuidade do programa e que a mesma continua.
Em 2013, foi assinado um termo de compromisso, para garantir que todas as crianças estariam alfabetizadas em 2015.
Foram feitos os 10 cadernos para essa etapa. Os estudos de 2015 ficarão concentrados nos cadernos 2, 3 e 4. Antes o MEC fazia a impressão e desta vez enviou verba para as universidades. Foram feitas as licitações. Os cadernos serão entregues nas gerências. Há um esforço para que fiquem prontos até outubro.
Enquanto os cadernos não ficam prontos, trabalharemos com textos e slaides.
Bolsas atrasadas estão sendo pagas em lotes. Muitas bolsas foram perdidas por descuidos, como frequência e registros no cadastro.
Pediu para refletirmos sobre o tipo de criança que queremos. Comentou que a indisciplina existe porque a escola não dá sentido para a vida.

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